Os Fofos de Belas são uma importante referência na riqueza gastronómica de Sintra. Estes pequenos pães-de-ló, recheados de creme e polvilhados com açúcar, são confeccionados na famosa Fábrica dos Fofos de Belas, criada há já quatro gerações por uma família que faz questão de manter esta receita inédita. Nasceram por criação da mãe de Liberdade, actual proprietária, que se lembrou de acrescentar um creme ao pão-de-ló, cuja massa também passou a ser um pouco mais pesada. Inicialmente chamados Fartos de Creme, a alteração do nome surgiu naturalmente pelo óbvio de serem fofos e confeccionados em Belas. Afinal, é das coisas simples que se fazem, por vezes, verdadeiras iguarias.
Agarrados a uma fama legítima e apenas vendidos numa pequena leitaria localizada no cruzamento da estrada nacional com o centro da povoação, para quem não sabe, dificilmente adivinha, pelo aspecto exterior da loja, o verdadeiro “manjar dos deuses” que ali se fabrica. Um balcão antigo de pedra e madeira e três mesas igualmente de pedra constitutem a decoração deste espaço onde nesceram e ainda hoje confecionados e vendidos os tradicionais Fofos de Belas.
No início, há cerca de duzentos anos, naquela casa fabricava-se e vendia-se apenas pão saloio e marmelada. O que é hoje uma leitaria, era outrora uma padaria já, então, muito procurada por abastadas famílias de Lisboa.
Na Fábrica de Belas não há segredos escondidos. Os Fofos são feitos de ovos, farinha, e leite para o creme. Depois, vão ao forno em pequenas formas. Meia hora mais tarde, estão prontos para fazer o gosto dos mais gulosos. Não só a receita se manteve inalterável ao longos dos anos, como o próprio forno a lenha onde são cozidos ainda é o original, com a porta de ferro a fazer lembrar os fornos dos palácios reais. O futuro desta casa, que recentemente retomou a venda da famosa marmelada, ficará a cargo do filho de Liberdade, que é já um ás na cozinha.
Fachada principal da Casa dos Fofos de Belas
Casa com mais de Cinquenta anos de actividade
Um dos tabuleiros de Fofos de Belas, acabados de sair do forno
E finalmente, no meu prato
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